sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Com vocês, Jorge! Ho!Ho!Ho!

Sérgio Azevedo Fotos


O Papai Noel, digo, o Jorge, tive o prazer de conhecer no curso de desinibição em 2020. Eu fui indicada a ele por amigos em comum para ele aperfeiçoar a comunicação já que havia feito alguns trabalhos como Papai Noel no Natal Luz em 2019 e havia gostado. Ex veterinário aposentado, ele tem descoberto na Arte e no atores mais jovens com quem convive uma energia renovadora. Segundo ele mesmo.

Veio para o intensivo logo que comecei a divulgar. Sempre muito falante, prestativo, amoroso e com referências de musicais ou clássicos. Devo dizer que no intensivo eu não facilitei a vida dele, apenas disse que ele conhecia o próprio corpo e sabia do limite, mas "não peguei leve". Avisei que não pegaria. E cá para nós, não é qualquer um que tem a honra da presença do Papai Noel no curso. Digo, o Jorge!

Na sua cena individual uma música de Abba. Ele nos conta porque escolheu a música. Fala muito. Corpo inerte. Intervenho. No outro dia, outro grata surpresa. Uma conversa honesta com o espelho, que ele comenta foi difícil de encarar.  Ficamos surpresos com a verdade exposta. Jorge foi um bom conselheiro durante o intensivo para muitos. Vários comentaram comigo sobre como foi bom ter ele perto. Compartilhar ideias. Ele comenta que se viu em muitos. Nas dores latejantes, nas histórias, nas memórias. Riu e chorou com cada um. Logo que ele acabou a cena comentei que me "veio"ator de novela, vilão, no estilo de Lima Duarte, Jackson Antunes, entre outros grandes e talentosos que possuem uma interpretação precisa, acertada, peculiar eu diria. Já não era o nosso Papai Noel, era o Jorge, capaz de fazer muitos personagens, de mergulhar em contextos e atuações profundas, mas antes mergulhando em si mesmo. Nas dores guardadas, nos sapos que engoliu para seguir o que precisava. Nas escolhas que a vida lhe impôs e que nem sempre foram as que ele queria. Nas estradas que percorreu sozinho, sem rumo, pensando na vida ao som de alguma excelente música indo parar em lugares distintos. Esse é o Jorge, um espírito jovem num corpo mais vivido, mas não cansado.  Por mais que as costas lhe torturem às vezes, eles insiste e resiste. Segue agora um novo sonho, se embrenhar no mundo das artes cênicas,  experimentar ser e estudar a arte de ator. Ator de si mesmo. Quer melhor interpretação digna de Oscar?

Acredito que ele não tenha desejo mais ardente do que ter a vitalidade teatral, aquela que se manifesta nos jovens amigos com quem ele fez amizades e gosta de estar perto. Com esforço, ideias como o "Kafofo do Noel", esforços e realizações. Henry Becque saudou o Théâtre Libre: "Avante e passem por cima do nosso corpo."Avante, avante sempre! Ele comentou pós curso que ainda estava "doendo" muito tudo, mas ele voltaria em julho novamente. Te esperaremos de braços abertos.




 

Nossa vez de escrever uma carta ao Papai Noel:

"Querido Noel Jorge, o caminho que escolheu, no qual tem se engajado tão corajosamente e tão alegremente, é um caminho verdadeiro.
Siga! Você se comportou bem, merece!" 


Uma palavra para Jorge: plenitude

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